Utilizações da água

Os usos da água correspondem às diferentes atividades de utilização dos recursos hídricos que tenham repercussões significativas no estado das águas. Esses usos podem incluir o abastecimento publico, irrigação e outros usos agrícolas, usos industriais, incluindo a produção de energia elétrica, aquicultura, usos recreativos, navegação e transporte aquático, entre outros.

O volume total captado consumptivo (ano de 2018), na parte portuguesa da Região Hidrográfica do Tejo, é cerca de 1.973 hm3/ano, sendo a agricultura a principal atividade (incluindo a atividade pecuária), com 1.404,8 hm3/ano, o que representa 71,20% do volume total captado. O volume para o setor urbano captado é de 363 hm3/ano que representa 18,39% do total, seguido da atividade industrial com 177,68 hm3/ano, cerca de 9% do total. O volume captado em 2018 para atividades turísticas e outros usos é de 9,09 hm3/ano, o que corresponde a 0,40% do total.

As massas de água superficiais destacam-se como as principais origens de água para os diferentes utilizações dos recursos hídricos, com 94,38% do volume total captado.

Em relação aos volumes não consumptivos, correspondem à produção de energia hidroelétrica e arrefecimento de centrais de ciclo combinado, no ano de 2018 teve um volume captado de 16.252 hm3.

Diferenciando entre subbacias, as do Tejo e Zêzere concentram a maior parte do volume captado (16.184 hm3) com 89% do volume total, sendo que cerca de 99% corresponde a usos não consumptivos.

Volumes captados por tipo de utilização na parte portuguesa da Região Hidrográfica Internacional do Tejo (terceiro ciclo de planeamento hidrológico, 2022-2027). Fonte: plano de gestão de região hidrográfica:

Setor Volume captado (hm3/ano)
Usos consuntivos Usos não consuntivos
Abastecimiento 363 -
Agrícola 1.404,80 -
Indústria 177,68 -
Aquicultura - -
Energía hidroelectrica - 16.252,00
Arrefecimento centrais - -
Usos recreativos 9,09 -
Total 1.954,57 16.252,00

 

O volume total captado na parte espanhola da Região Hidrográfica Internacional do Tejo é de 3.523 hm³/ano, dos quais 707 hm³/ano (20,1%) correspondem ao abastecimento urbano, 1. 993 hm³/ano (56,6%) à utilização agrícola, 52 hm³/ano (1,5%) a indústrias não ligadas às redes municipais de abastecimento, 744 hm³/ano (21,1%) à produção de energia (2.901 MW/ano) e 27 hm³/ano (0,8%) a outros usos. De notar que do consumo para produção de energia (744 hm3/ano), uma parte importante (659,72 hm3/ano) é um uso não consumptivo.

Para além destas, existem outras utilizações não consumptivas, a aquicultura, a navegação e as atividades náuticas. Para as atividades de aquicultura os consumos são de 161 hm3/ano e a usos recreativos de 12 hm3/ano. Quanto ao arrefecimento das centrais térmicas (1 427 MW por ano) e nucleares (3 160 MW por ano), a sua procura é maioritariamente não consumptiva.

Por último, o transvase de água Tejo-Segura das cabeceiras do rio Tejo, a partir da albufeira de Bolarque, para o Levante espanhol. O volume transferido varia em função das reservas armazenadas nas albufeiras de Entrepeñas e Buendía em cada mês, mas a sua média entre 1980/81 e 2022/23 é de 332 hm³/ano.

Volumes captados por tipo de utilização na parte espanhola da Região Hidrográfica Internacional do Tejo (terceiro ciclo de planeamento hidrológico, 2022-2027):

Setor Volume captado (hm3/año)
Usos consuntivos
Abastecimento 707
Agrícola 1.993
Indústria 52
Energia (1) 744
Outros usos 27
Total 3.523
(1) 659,72 hm3/año de retorno (não consumptivo)

(*) 659,72 hm3/año de retorno (no consuntivo)